sexta-feira, 12 de junho de 2009

SLIDES MÚSICA 2.0

MÚSICA 2.0

Depois de um tempo só copiando e colando matérias, ou fazendo pequenos comentários, resolvi colocar os dedos para trabalhar e finalmente redigi uma pesquisa que fiz no mês passado sobre o mercado fonográfico + novas tecnologias + marketing. Juntei várias informações e tem bastante coisa, mas ao mesmo tempo os temas estão resumidos e aconselho jogar no google para se aprofundar um pouco mais. Também vou postar uma apresentação sobre o mesmo tema, com pouquissimas diferenças em relação ao texto. Bom proveito!!!




MÚSICA 2.0 - A NOVA ERA DO MERCADO FONOGRÁFICO
por Michelle Rocha

A INTERNET

A internet mudou tanto nosso dia-a-dia que hoje não se pergunta mais qual o telefone de uma pessoa. A pergunta é sobre o orkut ou o twitter. Uma das camisas mais legais do seu guarda-roupa não é assinada por um estilista que desfila suas peças no SPFW ou algo do tipo: ela é feita por um usuário de um site web 2.0.

Imagina então o rebuliço que a internet não causou no mundo da música? Desde que a extensão mp3 foi lançada, por exemplo, vários artistas ganharam fama e sucesso através do mundo virtual. Junto com os home studios (estúdios de gravação menores e mais baratos, nem por isso com qualidade inferior) e até mesmo aos softwares caseiros de gravação e edição, a produção também foi facilitada. O Arctic Monkeys, por exemplo, ficou famoso rapidinho mesmo sem site ou myspace. Eles disponibilizaram suas músicas na internet, os fãs simplesmente amaram e foram repassando os mp3 entre si.

“Após alguns dos primeiros concertos, em 2003, eles começaram a gravar CD demos e distribuí-los para o público. Como a oferta era limitada, os fãs copiaram as canções e as disponibilizaram pela Internet. Até um perfil da banda no sítio MySpace foi criado, tudo sem que os próprios membros estivessem cientes. Graças a essa divulgação viral pela grande rede, logo não apenas os amigos, mas centenas de pessoas cantavam todas as letras nos concertos.” (Wikipedia)


CAUDA LONGA

Uma coisa é óbvia: se o Arctic Monkeys não tivessem caído no gosto da moçada, nada disso teria acontecido. Mas uma possibilidade que a internet trouxe para o mundo da música e que contraria um pouco essa teoria é que algo não precisa ser um hit para fazer sucesso na web ou ter seus fãs. A teoria da Cauda Longa explica muito bem essa característica. Antes da internet, a oferta dos produtos era menor pois dependia de meios físicos. Nesse sistema, a armazenagem, distribuição e exposição dos produtos tem um gasto muito grande, então, é mais viável trabalhar com produtos mais populares. Com a internet, houve a desmaterialização do produto: aquilo que era matéria foi transformado em bits. Não há mais preocupação com o espaço físico, a mídia física, e o custo se torna tão inferior que não há mais barreira para se trabalhar com produtos pouco populares. E os consumidores ganham com isso: mais variedades, mais experiências.


WEB 2.0

Muito se fala na web 2.0. Jogada de marketing ou não, pelo fato de o termo ter sido criado depois de uma crise no “mercado online”, a verdade é que a internet nunca foi tão colaborativa. Pessoas geram conteúdo e pessoas selecionam o conteúdo que querem ver, e as ferramentas da web 2.0 são facilitadoras desse processo, que tanto influencia o mercado fonográfico.

As redes sociais, que são “a cara da web 2.0” colaboram tanto na divulgação do conteúdo quanto no relacionamento artista-fã, que se tornou tão importante nos dias de hoje. Quanto mais o artista torna-se próximo do seu fã, mais ele o “fideliza”. O encantamento é maior, e é interessante para o fã ver, por exemplo, como está sendo produzido o novo disco do seu artista preferido. A Pitty está fazendo isso com o seu novo disco Tons de Cinza. Através do twitter, youtube e de um blog, ela mostra aos fãs o passo-a-passo da concepção do disco. O Skank utiliza myspace, twitter, facebook, além de ter criado em seu site uma rádio virtual que toca não só músicas da banda, mas também de artistas indicados por eles. É interessante ver que ídolos e fãs trocam de papel nessa nova era do mercado fonográfico. O Skank ainda utiliza de novas tecnologias para o maior contato com os fãs, por exemplo, os mesmos podem escolher em seus shows o bis que querem ouvir através de uma votação por bluetooth. A banda ainda lançou um aplicativo para I-phone com a mesma rádio virtual que existe em seu site.


MARKETING VIRAL

Uma coisa é certa: a internet, as novas tecnologias e agora, principalmente, as redes sociais, são um enorme potencializador do famoso boca-a-boca ou Marketing Viral. Se eu gosto, indico no meu blog, twitter, coloco link no orkut, myspace, youtube, repasso por e-mail ou msn, ou ainda posso repassar um mp3 ou vídeo interessante através do bluetooth do meu para o celular de um amigo. Às vezes, repasso até mesmo o que não gosto... E esse tipo de ação espontânea viraliza uma situação.

Vários artistas surgem na internet devido ao marketing viral. Quem já não ouviu falar na Sthefany, por exemplo? A menina que antes era conhecida apenas em algumas regiões do nordeste alcançou milhões de visualizações no youtube com a música “Eu sou Sthefany”. O fato de sua música citar o “cross-fox” e o carro aparecer no videoclipe (notavelmente caseiro), mexeu com os internautas. Pouco depois ela ganhou páginas em jornais, revistas e já estava no Domingo Legal. Preta Gil e Cláudia Leite cantaram o sucesso da menina em seus shows, acompanhadas de um refrão enorme. Alguém duvida de que o boca-a-boca foi o grande responsável por esse boom? Detalhe: Sthefany confessou que não sabe usar a internet e quem colocou seus vídeos no youtube foi um fã.

Pode acontecer também de ações criadas para o mundo real serem viralizadas virtualmente. Um case bacana é a divulgação do disco do Oasis, Dig Out Your Soul. A agência de publicidade BBH (Neogama) criou uma ação onde foram selecionados 20 músicos de rua para aprender pessoalmente com os irmãos Gallagher as músicas do seu novo disco. Se você estivesse andando por Nova York poderia dar de cara com um artista em alguma esquina tocando uma música com “tom de Oasis” e ao seu lado ver uma placa explicando que essa é uma das músicas do novo disco da banda inglesa. É claro que as performances foram gravadas e jogadas em um canal do Youtube. Bom para os artistas de rua, bom para a banda, bom para os fãs.


DIVULGAÇÃO

Se as novas tecnologias colaboram para a produção, compartilhamento e consumo da música, as estratégias de divulgação também não poderiam ficar de fora. E são vários os novos formatos à disposição dos músicos, que vão desde estratégias mais simples, como o Lobão em 99, lançando de forma independente (pela sua gravadora Universo Paralelo) e vendendo seu disco em bancas de revista com divulgação online a investimentos em digipacks, relançamentos dos discos em vinil, pen-drives, celulares e vários outros.


O FUTURO

Falar sobre o futuro de um meio que sofre uma mudança a cada momento é meio complicado. Mas podemos falar sobre o que estamos vendo. E o que vemos no cenário atual em relação ao universo fonografico é que várias possibilidades estão surgindo. As gravadoras, por exemplo, embora já não dominem o mercado, não estão à beira da extinção. Elas tem que se adaptar, e já perceberam isso. Nessa adaptação, vemos a importância da publicidade, comunicação e marketing se relacionando com as gravadoras. Separei alguns dos caminhos que estão sendo trilhados por profissionais do mercado fonográfico:



1. Tecnologia digital: Parceria com operadoras de celulares, lojas virtuais e redes sociais.

Quer um exemplo? Mallu Magalhães é um case de sucesso que mostra como o boca-a-boca, quando aliado a uma estratégia de marketing se torna ainda mais poderoso. Depois de deixar suas músicas no MySpace e ter seu perfil acessado mais de um milhão de vezes, Mallu foi convidada pela agência de publicidade DPZ a gravar a trilha de um comercial da Vivo. A DPZ acreditou que apostar em um personagem digital seria inovador. Deu super certo. A Vivo lançou um hotsite totalmente diferenciado com as músicas da Mallu, patrocinou shows e ofereceu aos consumidores sorteios de convites e entradas para camarim. A Vivo se denomina “distribuidora de conteúdo” por oferecer conteúdo de entretenimento. O álbum foi disponibilizado em cinco modelos de telefones da Motorola, que traziam também uma música exclusiva. Esse case ganhou, em 2009, o prêmio Tela Viva Móvel, que homenageia as empresas que se destacaram no segmento de serviços de valor adicionado em telefonia celular.


2. Patrocínios

Pioneira e inovadora, a gravadora Trama Virtual, que já surgiu no mercado depois da internet, revolucionou com os projetos Álbum Virtual e Download Remunerado.
No Álbum Virtual, artistas já conhecidos (como Ed Motta e Cansei de Ser Sexy) disponibilizam álbuns completos e são remunerados a cada álbum baixado. A remuneração vem de uma empresa patrocinadora (no caso a Volkswagen). No Download Remunerado, artistas independentes são remunerados proporcionalmente à quantidade de downloads de suas músicas. Quem remunera os artistas não são os consumidores, mas os patrocinadores do projeto, entre os quais Volkswagen, Kildare, Real, Sol e HSBC.


3. Gerenciamento de Carreira

Outra saída que as grandes gravadoras tem encontrado é o gerenciamento das carreiras dos artistas. Um exemplo é a Live Nation, que assinou contrato com a Madonna e agencia vários outros artistas. Ela é especializada em produzir e vender shows. Posso citar também a Agência de Música, brasileira, que tem em seu perfil do MySpace a seguinte descrição:

“Com um time multi disciplinar, a agência de música é resultado da combinação de artistas e músicos com profissionais de marketing e comunicação.
A idéia central da empresa é criar e implementar projetos de ativação para as marcas na plataforma de música.
O segredo é simples, quem entende e vive o mundo da música pode criar uma solução mais eficaz para a sua marca.”


4. Games

A indústria dos Games está cada vez mais ligada à música. Acredito que a primeira vez em que um jogo foi destacado por sua trilha sonora foi com a primeira versão de Tony Hawk’s, que tinha em sua trilha artistas como Goldfinger, Dead Kennedys, Ramones, Red Hot Chilli Peppers, AC/DC, Iron Maiden e System of a Down, entre outros.
Atualmente o fenômeno Guitar Hero deve ser citado, já tendo conseguido inclusive cessões de música dos Beatles.
O som brasileiro também chegou aos games, como ocorreu com o Fifa 2008, que tem na trilha Cansei de ser Sexy, Bonde do Rolê e a cantora Céu. A Electronic Arts, responsável pelo jogo, escolheu estilos bem distintos: o Rock, Funk e MPB respectivamente, que mostram a diversidade musical brasileira. A trilha é composta por 50 canções que representam os 26 países que fazem parte da próxima edição do game.


5. Artistas da Imagem

Os designers também tem um papel de grande importância no universo fonográfico atual. Afinal, em um meio onde a cada minuto surgem novos artistas, é preciso se destacar, e a imagem é uma forte aliada. Grande exemplo é o Gringocardia, com seus cenários, identidades visuais, e etc.


Vários outros caminhos poderão ser trilhados por vários profissionais que queiram se relacionar com o mundo da música, pois à medida que surjam novos formatos, novos modelos surgirão.


É O FIM DAS MÍDIAS TRADICIONAIS?

Assim como o computador não substituiu a máquina de escrever (acreditem, até hoje várias pessoas preferem sua velha e grande máquina de escrever à modernidade do computador), as novas tecnologias não irão substituir as mídias tradicionais. Isso porque essas mídias também já perceberam a necessidade de adaptação. Elas vão conviver, interagir e se complementar.

Nas últimas semanas muitos amigos vieram me perguntar se conheço a banda Pedra Letícia. Preciso deixar claro aqui que as perguntas começaram depois que a banda, por votação através do site Garagem do Faustão, apareceu ao lado do apresentador gordinho na Globo. Outro exemplo de interação dessas mídias, é o famoso caso Susan Boyle. Antes de ganhar fama na internet, seja como cantora maravilhosa, lição de vida, gata borralheira ou etc, ela apareceu em um programa de tv. Alguém viu, achou o máximo e jogou no youtube. Viralizou. Da tv pra internet, da internet pra tv.

No caso das rádios, vemos que a cada dia surgem mais rádios virtuais. E a cada dia mais rádios tradicionais podem ser escutadas ao vivo pelos seus sites. Eu posso montar no meu I-pod a minha trilha favorita para a hora de malhar, por exemplo, mas os programas de rádio vão continuar aí com os artistas dando entrevistas, dando uma palinha ao vivo, participando de promoções. Ainda vai ser emocionante ouvir o apresentador daquele programa da tarde me enviando um abraço pelo meu aniversário. E as novas bandas poderão ter um espaço interessante na rádio de suas cidades, mostrar o seu trabalho e de repente, serem convidadas por um ouvinte a tocar em sua casa de shows.

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